Na ponta da taça



A preferência por aromas florais vermelhos, como violeta e rosa, é um bom indício do trabalho de Alexandra Corvo. Sommelier de mão cheia, é uma conhecedora de vinhos e de tudo relacionado ao serviço da bebida. Para ela, não foi difícil seguir esse caminho: a avó paterna portuguesa adorava um vinho do Porto; a mãe conseguia sentir, com a geladeira fechada, se o queijo estava passado; e o pai sempre apreciou bons vinhos.

Apesar disso, ela garante: "O olfato apurado vem com o treino, não é um dom." Por isso, estudou hotelaria na Espanha e enologia na Suíça. De volta ao Brasil, montou a adega do restaurante Figueira Rubayat e passou por pesos-pesados da gastronomia paulista, como o DOM e o Le Vin. Hoje, com 33 anos, tem uma escola de vinhos, onde passa adiante seus conhecimentos a narizes ainda pouco treinados. "Vejo que as pessoas têm muitas dificuldades em reconhecer aromas, o que também acontecia comigo no começo. Acho que não temos a cultura de cheirar as coisas, diferentemente do que ocorre na Europa", analisa.

Ela conta que, quando fala de um aroma inusitado em determinado vinho, muitas pessoas desconfiam e até acham que é frescura ou mentira. "Mas a pessoa não sente o determinado aroma, porque não treinou o nariz ao longo da vida e, portanto, não tem memória olfativa para esse caso", garante.

fonte: Terra noticias.