Na ponta da taça



A preferência por aromas florais vermelhos, como violeta e rosa, é um bom indício do trabalho de Alexandra Corvo. Sommelier de mão cheia, é uma conhecedora de vinhos e de tudo relacionado ao serviço da bebida. Para ela, não foi difícil seguir esse caminho: a avó paterna portuguesa adorava um vinho do Porto; a mãe conseguia sentir, com a geladeira fechada, se o queijo estava passado; e o pai sempre apreciou bons vinhos.

Apesar disso, ela garante: "O olfato apurado vem com o treino, não é um dom." Por isso, estudou hotelaria na Espanha e enologia na Suíça. De volta ao Brasil, montou a adega do restaurante Figueira Rubayat e passou por pesos-pesados da gastronomia paulista, como o DOM e o Le Vin. Hoje, com 33 anos, tem uma escola de vinhos, onde passa adiante seus conhecimentos a narizes ainda pouco treinados. "Vejo que as pessoas têm muitas dificuldades em reconhecer aromas, o que também acontecia comigo no começo. Acho que não temos a cultura de cheirar as coisas, diferentemente do que ocorre na Europa", analisa.

Ela conta que, quando fala de um aroma inusitado em determinado vinho, muitas pessoas desconfiam e até acham que é frescura ou mentira. "Mas a pessoa não sente o determinado aroma, porque não treinou o nariz ao longo da vida e, portanto, não tem memória olfativa para esse caso", garante.

fonte: Terra noticias.

Café é o primo simples do vinho



A história da barista Silvia Magalhães, 31 anos, começou por acaso, em 2003, quando a profissão que o torna um especialista em cafés (desde a escolha do grão até a arte de tirar um espresso da máquina) ainda era pouco conhecida no Brasil. Hoje, diretora de qualidade do Octavio Café, em São Paulo, ela se formou em Comércio Exterior e, na época, trabalhava em uma empresa do setor de café. Silvia então resolveu participar, por brincadeira, de um campeonato de baristas, e ganhou.

"Sempre tive o costume de sentir o cheiro de tudo", diz. Mas, a partir desse episódio, ela começou a fazer cursos no Brasil e no exterior e a participar de concursos. Três vezes campeã do Campeonato Brasileiro de Baristas, Silvia diz que a degustação começa pelo aroma. "O café possui 36 aromas diferentes. Consigo distinguir quase todos, mas alguns são realmente muito sutis", explica.

Com olfato treinado, a especialista conta que as fragrâncias mais nítidas são de chocolate, nozes, avelã, damasco e limão. Já o aroma de madeira revela um café ruim. Numa prova de degustação, ela confere aroma e sabor do café para avaliar doçura, acidez, amargor e corpo da bebida. "O bom café é doce (toques de mel, baunilha), tem corpo aveludado, acidez cítrica (prazerosa) e pouquíssimo amargor", explica.


fonte: Terra noticias.